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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Línguas faladas na União Europeia




A UE promove a diversidade linguística e cultural dos seus povos, apoiando o ensino e a aprendizagem das respectivas línguas. O ambicioso objectivo da UE é conseguir que os cidadãos sejam fluentes em duas línguas além da sua língua materna.
As instituições da UE trabalham com 23 línguas oficiais, o que assegura que todos os cidadãos da UE, independentemente de falarem uma das línguas mais conhecidas ou uma das línguas menos conhecidas da UE, têm o mesmo acesso às políticas e à legislação da União Europeia. Esta brochura passa em revista a vasta gama de línguas faladas na UE, os diversos benefícios que os europeus podem colher da aprendizagem de línguas e os programas de apoio da UE nesta área. Por último, analisa o que comporta o funcionamento da uma União multilingue.
As línguas que falamos contribuem para definir quem somos. As muitas línguas faladas pelos 500 milhões de cidadãos da União Europeia estão distribuídas pelo continente num vasto mosaico. A UE reconhece este direito à identidade e promove activamente a nossa liberdade de falar e escrever na nossa própria língua, continuando simultaneamente a procurar conseguir uma mais estreita integração entre os seus Estados Membros. Trata se de dois objectivos que são complementares, concretizando, aliás, o lema da UE: «Unidos na diversidade».
A UE garante que não exista discriminação entre cidadãos cujas línguas são faladas por grande número de pessoas e outros cujas línguas são menos faladas. No Parlamento Europeu, por exemplo, os deputados podem dirigir se à assembleia na língua do povo que representam. Os deputados eslovenos têm exactamente o mesmo direito que os alemães a falar na língua dos que neles votaram.
O compromisso da UE de salvaguardar a diversidade linguística mostra que não é sua intenção procurar acabar com as características nacionais ou regionais e substituí las por uma uniformidade «europeia», como alguns críticos alegam.
As línguas da UE têm raízes variadas. A maior parte delas pertence à vasta família indo europeia, cujas ramificações principais são as línguas germânicas, românicas, eslavas e célticas. O grego, bem como o lituano e o letão, duas línguas bálticas, são também línguas indo europeias, embora não façam parte das ramificações principais. O maltês aproxima se do árabe, com elementos italianos.
Na sua maior parte, as línguas «regionais» e «minoritárias» da UE pertencem também a um dos grupos acima referidos. A principal excepção é o basco, falado em ambos os lados da fronteira franco espanhola e cujas raízes estão ainda a ser investigadas.
A noção de língua «minoritária» abrange não só as línguas menos faladas, como a língua sami na Lapónia ou o bretão na França ocidental, mas também as línguas oficiais da UE que são faladas por uma minoria de cidadãos de um outro Estado Membro (como o alemão no norte de Itália ou o húngaro na Roménia e na Eslováquia). A adesão dos países bálticos com minorias que falam russo veio fazer aparecer uma nova categoria de língua «minoritária» — uma língua que é língua nacional de um país que não faz parte da UE.
As 23 línguas oficiais da União Europeia são: alemão, búlgaro, checo, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol, estónio, finlandês, francês, gaélico, grego, húngaro, inglês, italiano, letão, lituano, maltês, neerlandês, polaco, português, romeno e sueco. O catalão, o basco e o galego têm estatuto de língua oficial no interior de Espanha, o que significa que certos textos da UE são traduzidos de e para estas línguas a expensas do Governo de Espanha.
O número de línguas oficiais da UE é mais reduzido que o número de Estados Membros, porque a Alemanha e a Áustria partilham o alemão, a Grécia e Chipre o grego e a Bélgica e o Luxemburgo têm línguas comuns com os seus vizinhos franceses, neerlandeses e alemães. Assim, no total, existem 23 línguas para 27 países.
As línguas regionais e minoritárias

Três definições

São normalmente reconhecidas três categorias de línguas regionais ou minoritárias:
Línguas específicas de uma região, que pode situar se dentro de um Estado Membro ou ser uma região transfronteiriça, e que não são línguas dominantes de nenhum país da UE. Esta categoria abrange línguas como o basco, o bretão, o catalão, o frísio, o sardo e o galês.
Línguas faladas por uma minoria da população num país da UE mas que são línguas oficiais noutro: por exemplo, o alemão no sul da Dinamarca, o francês no Valle d' Aosta no norte de Itália e o húngaro na Eslováquia.
Línguas que não pertencem a um território preciso, como as das comunidades ciganas ou judias.
A noção de línguas regionais ou minoritárias não inclui os dialectos de qualquer das línguas oficiais nem nenhuma das línguas faladas pelas comunidades imigrantes que vivem na União Europeia.


Fundos da UE destinados à aprendizagem

Dentro das respectivas áreas de responsabilidade, cada programa específico pretende:
- Incentivar a aprendizagem de línguas em todos os níveis de ensino e em todas as idades ao longo da vida activa;
- Melhorar o acesso a recursos de aprendizagem de línguas na Europa;
- Desenvolver e divulgar técnicas inovadoras de ensino e melhores práticas;
- Assegurar um leque suficientemente amplo de instrumentos de aprendizagem àqueles que aprendem línguas;
- Sensibilizar para a importância do multilinguismo como trunfo económico e social fundamental da UE.


O funcionamento de uma União Europeia multilingue

As razões que levam a União Europeia a utilizar 23 línguas oficiais são óbvias: a democracia, a transparência e o direito à informação.
A legislação da UE aplica se directamente em todo o seu território e, por conseguinte, a todos os seus cidadãos. A nova legislação deve ser publicada e acessível a todos os cidadãos numa língua que eles possam compreender. Como em qualquer democracia, cada cidadão tem o direito fundamental de saber por que razão um determinado acto legislativo está a ser adoptado, e se e de que modo ele terá repercussões no seu quotidiano. A utilização de todas as línguas oficiais torna também mais fácil para os cidadãos a participação em debates e consultas públicas que a UE lança, muitas vezes em linha.

Os cidadãos participam

A sua função legislativa e a participação directa dos seus cidadãos explicam por que razão a UE utiliza mais línguas do que outras organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas ou a NATO, que apenas funcionam a nível intergovernamental sem função legislativa. As Nações Unidas, com mais de 190 membros, utilizam apenas seis línguas. O Conselho da Europa, com mais membros que a UE, publica os documentos oficiais só em inglês e francês, tal como a NATO.

Novas tecnologias

Dada a dimensão e a natureza específicas dos seus serviços linguísticos, as instituições da UE apoiam se em grande medida na ajuda que as novas tecnologias proporcionam. Os exemplos mais óbvios são a interpretação à distância, a gestão de sítios multilingues na Internet e a tradução assistida por computador.


Desafios futuros


A responsabilidade formal da UE de respeitar a diversidade linguística e cultural é concretizada de vários modos:
- Respeitando o direito dos cidadãos de falarem e escreverem nas suas próprias línguas e tornando esse direito extensivo aos seus contactos com as instituições da UE;
- Apoiando a utilização das línguas regionais e minoritárias, independentemente de as mesmas serem ou não línguas oficiais da UE;
- Promovendo activamente entre os cidadãos da UE a aprendizagem de línguas e o multilinguismo como forma de auto aperfeiçoamento individual e veículo de criação de emprego e crescimento na economia da UE.
- Estas actividades foram intensificadas, dado o aumento de adesões à UE e o facto de o número de línguas oficiais ter duplicado desde 2004, e continuarão a sê lo, já que a UE se prepara para uma maior expansão.
Marco, Márcia e Rita.

1 comentário:

  1. Caros Amigos (antigos alunos da turma 11º C do Curso de Línguas e Humanidades),

    à época em que este texto foi publicado será normal que a vossa equipa já não esteja junta hoje, no entanto como só neste momento tive acesso a este conteúdo, só agora aqui deixo o meu comentário a um assunto que considero de grande importância para a verdadeira unidade europeia: a união linguística.

    Felizmente neste momento existe uma diversidade linguística aceite no seio da UE, caso contrário haveria uma predominância de uma ou duas línguas, beneficiando alguns povos em detrimento dos restantes. Contudo, eu considero que para a existência dum verdadeiro sentimento de unidade dos povos, apenas a união monetária, a livre circulação de pessoas e bens, tal como a possibilidade de emprego de qualquer cidadão num outro estado-membro não é suficiente para uma unidade real que possa ser sentida pelas pessoas. Como poderão sentir-se em casa os milhões de trabalhadores que necessitam de se expressar numa língua que a não é deles?

    Assim, sugiro aos jovens europeus que se mobilizem, no sentido de se criar uma nova língua neutra que fomente o contacto entre os povos de todos os estados-membros, num idioma que não beneficie nenhum povo em particular. Isso evitará muitas das actuais despesas de tradução com o multilinguismo e aproximará mais os diversos povos. Além do esperanto também já foi criada a interlingua, mas nada impede que os europeus criem uma nova língua que possa servir todas as comunidades europeias. Neste momento essa não é a intenção da UE, mas todos juntos podemos incentivar essa construção, diminuindo as rivalidades e desconfianças estabelecidas ao longo da História europeia.

    Aproveito ainda para salientar que, neste artigo não foi mencionada no campo das línguas minoritárias a língua mirandesa, língua oficial em Portugal, a par da língua portuguesa.

    Não poderia deixar de mencionar a seguinte chamada de atenção aos estudantes do curso de línguas, nos parágrafos a seguir mencionados deveriam ter sido corrigidos, antes da publicação, os seguintes erros, colocando-se hífenes: parágrafo 5º substituí-las em vez de substituí las; 6º indo-europeias em vez de indo europeias; 7º franco-espanhola em vez de franco espanhola; 11º situar-se em vez de situar se; último parágrafo – sê-lo em vez de sê lo.

    De referir ainda que segundo as minhas informações Sápmi significa Lapónia e não o nome da língua falada na região, pois, lá, são usadas as seguintes línguas: Lapão, Norueguês, Sueco, Finlandês, e Russo.
    J.Galizes

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